|
|
Encontro Conviver em Paz nas Cidades (Brasil)
an article by Conviviencia e Paz
Video: Conviver em Paz nas Cidades
Recebidos pelo Bloco Afro Ilu Obá de Min com uma
intervenção artística que distribuiu flores,
música e poesia, os convidados do Encontro
Nacional Conviver em Paz nas Cidades foram
acolhidos na abertura do evento por agentes
culturais e gestores públicos para uma conversa
sobre a paz.

click on photo to enlarge
Foi ressaltada a importância da democracia para o
fortalecimento de uma cultura que prima pela
diversidade e pela paz para todos. Também foi
retomada a história do país, marcada por ciclos de
violência, como o colonialismo, a escravidão e as
ditaduras, uma vez que a memória é um recurso
fundamental para se seguir em frente, com uma nova
perspectiva: a da liberdade e da igualdade de
direitos.
Participaram da mesa de abertura Pedro
Vasconcellos, do MinC (Ministério da Cultura),
Marcelo Araújo, secretário estadual da Cultura de
São Paulo, Juca Ferreira, secretário municipal de
Cultura de SP, Rogério Sotilli, secretário
municipal dos Direitos Humanos de SP, Nabil
Bonduki, vereador de SP, UNESCO, Davy
Alexandrinsky, da CNPC (Comissão Nacional dos
Pontos de Cultura), Lia Diskin, da Associação
Palas Athena, e Hamilton Faria, do Instituto
Pólis.
“Onde cresce o perigo, cresce também o que salva.
Cultura de paz não é apagar o conflito, a
diferença e a diversidade. É a resistência ativa,
o diálogo, o sentimento positivo de amor por todos
os outros. Nós somos as mudanças que queremos ver
nas cidades”, disse Hamilton Faria, diretor do
Pólis, em sua fala de abertura.
Lia Diskin, da Associação Palas Athena, falou
sobre a importância do coletivo e do cuidado com o
outro. “Nascemos altruístas, precisando de algum
cuidador. Somos filhos durante anos a fio do
cuidado constante de alguém. Vamos em grande parte
crescer com o cuidado de alguém, iniciando a vida
dessa forma e terminando a vida dessa forma. A
gente se questiona o que aconteceu no meio dessa
vida que nasce em condição de fragilidade e parte
em condição de fragilidade”.
Ao retomar problemas históricos do país, Pedro
Vasconcellos, do MinC, falou sobre a superação da
violência por meio de políticas públicas que
valorizem nossos povos e culturas. “Considero que
haja um esforço pelas políticas públicas,
principalmente do governo federal, que enfrentam
uma grande chaga da sociedade brasileira, que é
justamente a questão da violência. Somos uma
sociedade violenta, patriarcal, escravocrata, o
que se reflete nos problemas que identificamos
todos os dias”.
“Precisamos fazer uma discussão aberta com toda a
sociedade brasileira sobre que mundo é este que
estamos vivendo, qual é o nosso papel, que
humanidade queremos e que mundo queremos. Nossas
comunidades populares são uma grande referência
para estas questões. Uma lei como a que reconhece
a Pachamama [a mãe natureza], na Bolívia, é
exemplo para essas questões tão atuais”, disse
Vasconcellos.
(This article is continued in the discussionboard)
( Clique aqui para uma versão inglesa)
|
|
DISCUSSION
There is no question yet associated with this article.
* * * * *
LATEST READER COMMENT:
(The following is continued from the main article listed above.)
Davy Alexandrinsky mencionou a metodologia de ausculta como uma forma de retomar as ruas e contou sobre o projeto Papo na Subida, no qual se gravava um depoimento com uma pessoa da comunidade do Morro do Preventório, no Rio de Janeiro, enquanto ela estivesse subindo o morro. O depoimento colhia histórias dos personagens do bairro, memórias e afetos.
“No momento que estamos vivendo, em que as ruas estão sendo retomadas pela população, é fundamental a gente retomar a conversa sobre a cultura de paz. O programa Cultura Viva institucionaliza essa preocupação com a ocupação da rua. Nós fazemos cortejos, resgatamos manifestações já esquecidas como o mineiro-pau, o jongo e o maracatu. Trata-se de uma virada muito significativa”, diz Alexandrinsky.
O vereador Nabil Bonduki falou sobre a cultura de paz no contexto das metrópoles. “A cultura urbana de paz significa revertermos um conjunto de políticas e práticas que aconteceram na nossa cidade nos últimos 50 anos: a segregação, a exclusão e a falta de uso do espaço público como uma regra. Temos uma cidade que se estrutura em cima de um processo que tem sido crescente [de especulação imobiliária, segregação dos prédios por muros e cercas eletrificadas, de apropriação da rua pelo automóvel e abandono de parques e praças], e eu espero que possamos interrompê-lo”.
Juca Ferreira, secretário municipal de Cultura, diz ser otimista em relação ao presente e futuro. “Do fim da ditadura para cá, o Brasil vem construindo uma institucionalidade democrática, com uma certa solidez. . ...more.
|
|